segunda-feira, 28 de março de 2011

Divulgação da Plêiade de Gramática Aplicada ao Texto do prof. Gilber Botelho



GRANCURSOS - LÍNGUA PORTUGUESA - GRAMÁTICA - CURSO CONFIRMADO
VAGAS LIMITADAS! PROF. GILBER BOTELHO 
Unidade: PLÊIADE (SIG) Início: 2/4/2011 
Período: Das 14h às 17h35 
(SÁBADO À TARDE)

domingo, 27 de março de 2011

CUIDADO COM A ANFIBOLOGIA


Cuidado para não cometer o erro da anfibologia (ambiguidade) ao esrever. A prática da escrita desenvolve a HABILIDADE.

sábado, 26 de março de 2011

Manual de Redação Oficial da Presidência da República

O que é Redação Oficial?

Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo.

A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.
Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente,
clareza e concisão.

Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano.

Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.
Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).

Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual.

Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases.

A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc.

Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.

1.1. A Impessoalidade
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.

Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal.

Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto
literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora.

A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.

1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade.

As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada.

Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar.

A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.

O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.

Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária.

Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.

1.3. Formalidade e Padronização
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.

A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de normas específicas para cada tipo de expediente.

1.4. Concisão e Clareza
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias.
O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de economia lingüística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
Procure perceber certa hierarquia de idéias que existe em todo texto de alguma complexidade: idéias fundamentais e idéias secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também idéias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas.

A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos;
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada lhe acrescentam.

É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção.
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser dispensados.

A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.

DICAS IMPORTANTÍSSIMAS (onde e aonde)

Onde = lugar em que/ em que (lugar). Indica permanência, o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Complementa verbos que exprimem estado ou permanência e que normalmente pedem a preposição em: morar, estar, residir, ficar, ser, continuar, etc.

Onde estás? – Em casa.
Você sabe onde fica o Sudão? – Na África.
Onde moram os sem-terra?
Não entendo onde ele estava com a cabeça quando falou isso.
De onde você está falando?
Não sei onde me apresentar nem a quem me dirigir.

Aonde = a que lugar. É a combinação da preposição a + onde. Indica movimento para algum lugar. Dá idéia de aproximação. É usado com os verbos ir, chegar, retornar, mandar, levar, enviar, comparecer, e outros que pedem a preposição a.

Exemplos:

Aonde você vai todo dia às 9 horas? – A Brusque.
Sabes aonde eles foram? – Ao cinema.
A mulher do século 21 sabe muito bem aonde quer chegar.
Não sei aonde ou a quem me dirijo.
Aonde nos levará tamanha discussão?
Faz três dias que saiu do Incor, aonde deverá retornar brevemente para uma revisão.
Estavam à deriva, sem saber aonde ir.
Há lugares no universo aonde não se vai sozinho.

É preciso atentar para a colocação desses termos quando complementam uma locução verbal com o verbo auxiliar ir, que pode confundir o redator. O que interessa observar é o verbo que tem ligação com onde/aonde, qual seja, o verbo principal (o que vem por último). É o caso desta frase, retirada de uma música do Cidade Negra:

"Onde você foi morar"

Como se pode usar até a ou simplesmente até (pela questão da ambigüidade de que falei no artigo Não Tropece na Língua n.º 4), valem as duas formas:

Nossos produtos vão até onde você quiser.
Nossos produtos vão até aonde você quiser.

DICAS IMPORTANTÍSSIMAS

1. Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
(Lobão) "Aonde está você? Me telefona. Me chama, me chama, me chama" (coloquialismo)

(norma culta)Onde está você? Telefone-me. Chame-me, chame-me, chame-me.

2. A forma “pera” não recebe mais o acento diferencial, assim como “para” (verbo) e “polo”.

3. As paroxítonas terminadas em -N, quando pluralizadas, não recebem acento. Pólen ≠ polens, hífen ≠ hifens.

4. Tanto os monossílabos os oxítonos terminados em -A(S), -E(S), -O(S) são acentuados. Porém, são regras diferentes que justificam a acentuação.

5. Os paroxítonos terminados em -R, -X, -N, -L são acentuados. Um recurso mnemônico para se lembrar dessas terminações é lembrar-se das consoantes presentes no vocábulo RouXiNoL.

6. Os paroxítonos terminados em ditongo crescente também são considerados como proparoxítonos. Para se optar por uma justificativa ou outra, dá-se prioridade à primeira. Ex. Bra-sí-lia ou Bra-sí-li-a.

7. Alguns verbos possuem pronomes pessoais átonos que se tornam partes integrantes. Nesses casos, o pronome não tem função sintática e é chamado de parte integrante do verbo ou pronome fossilizado: suicidar-se, apiedar-se, queixar-se, lembrar-se, indignar-se, vangloriar-se, escandalizar-se, tornar-se, dignar-se, orgulhar-se, congelar-se e outros.

8. Se o algarismo romano vier antes do substantivo, será sempre ordinal (XX Bienal = vigésima, IV Semana de Cultura = quarta).

9. Os pronomes pessoais são sempre substantivos.

10. Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com já é parte integrante do pronome

11. Os pronomes de tratamento são empregados como referência à pessoa com quem se fala (2ª pessoa), entretanto a concordância é feita sempre com a 3ª pessoa.

12. As palavras onde (de lugar), como (de modo), por que (de causa) e quando (de tempo), usadas em frases interrogativas diretas ou indiretas, são classificadas como advérbios interrogativos

13. Bem e mal admitem grau comparativo de superioridade sintético: melhor e pior. As formas mais bem e mais mal são usadas antes de particípios. (Ele está mais bem colocado que meu irmão)

14. "Fazem" cinco anos que estudo. Nesse caso, fazer é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Deve fazer vinte dias.

15. "Houveram" muitos problemas. Haver, com o sentido de existir, também é invariável: Houve muitos problemas. / Havia muitas dúvidas. / Deve haver vários exemplares.

16. "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar são pessoais e admitem o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.

17. Entre "eu" e você. Por causa da preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.

18. "Há" dez anos "atrás". Expressão tautológica ou pleonástica. Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.

19. "Venda à prazo". Não existe acento grave antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Lembre-se: a salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.

20. Assista "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Assista ao jogo, à missa, à sessão. Esse verbo, na substituição lexical, não admite pronome átono. Errado: Assista-lhe. Correto: Assista a ele. O mesmo acontecerá com os verbos aspirar (=desejar), visar (= almejar).

21. Preferia estudar "do que" trabalhar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia estudar a trabalhar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.

22. Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).

23. Comprou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: meus parabéns, meus pêsames

24. "Aluga-se" quartos. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se quartos. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.

25. "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.

26. Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Irá amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.

27. Falta implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Falta implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.

28. Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai.

29. Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos.

30. O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é graTUIto.

31. Os verbos terminados em -I, acrescidos da variante do pronome oblíquo (-LO, -LA, -LOS, -LAS), só serão acentuados se o -I estiver em hiato e for tônico. Ex. instruí-lo ≠ defini-lo.


32. O governo "interviu" (errado). Intervir conjuga-se como vir: O governo interveio.

33. Ela era "meia" agitada (errado). Meio, advérbio, não varia: meio agitada, meio esperta, meio amiga.

34. O problema não tem nada "haver" comigo (errado). Na verdade, o problema não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: tem tudo a ver com você.

35. Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

36. Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.

37. Lute pelo "meio-ambiente" (errado). Meio ambiente não exige hífen.

38. O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF.

39. As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as assumem as formas no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.

40. Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, do futuro do pretérito ou do particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").

41. Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

42. Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

43. À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

44. Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

45. Acordos "políticos-partidários" (errado) . Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.

46. Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.

47. Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").

48. Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

49. Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.

50. Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação.

51. O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.

52. A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...

53. Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos.

54. "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.

55. Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje.

56. "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).

57. A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").

58. O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.

59. Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor.

60. Conectivos importantes: conquanto (= embora), porquanto (=porque), contanto que (=caso).

Fonte: http://www.institutofernandomoura.com.br

FUNÇÕES SINTÁTICAS DO PRONOME RELATIVO

Os pronomes relativos desempenham função sintática, na oração adjetiva. Para analisá-los, o melhor procedimento é montar a oração adjetiva substituindo o pronome relativo pelo seu antecedente. O próximo passo é verificar a função sintática que o antecedente do pronome relativo exerce na oração adjetiva. A função sintática que ele exerce na oração adjetiva será a mesma exercida pelo pronome relativo:

a. sujeito:
Fortaleza, [que é a capital do Ceará], é uma linda cidade.
(que substitui Fortaleza – Fortaleza é a capital do Ceará – Fortaleza – sujeito)

b. objeto direto:
Os trabalhos [que faço] me dão prazer.
(que substitui os trabalhos – faço os trabalhos – os trabalhos: objeto direto)

c. objeto indireto:
As pessoas [de quem gostamos] compareceram à festa.
(quem substitui as pessoas – gostamos das pessoas – das pessoas: objeto indireto)

d. predicativo do sujeito:
O atleta saudável, [que ele sempre foi,] hoje está fora das pistas por causa de um acidente.
(que substitui o atleta saudável – ele sempre foi o atleta saudável – o atleta saudável: predicativo do sujeito)

e. predicativo do objeto:
Ele não é mais o jogador ágil [que todos o julgavam até o ano passado].
(que substitui o jogador ágil – todos o julgavam o jogador ágil – o jogador: objeto direto e ágil: predicativo do objeto)

f. complemento nominal:
O filme [a que fizeram referência] foi premiado.
(que substitui o filme – fizeram referência ao filme – ao filme: complemento nominal)

g. adjunto adnominal:
O menino [cujo pai é médico] deverá seguir a carreira do pai.
(cujo substitui o menino – o pai do menino é médico – do menino: adjunto adnominal)

h. agente da passiva:
O jornalista [por quem fui entrevistado] deixou-me bem à vontade.
(quem substitui o jornalista – fui entrevistado pelo jornalista – pelo jornalista: agente da passiva)

i. adjunto adverbial:
A cidade [em que moro] é bastante tranqüila.
(que substitui a cidade – moro na cidade – na cidade: adjunto adverbial)

FUNÇÕES DA PALAVRA “QUE”

A palavra QUE pode pertencer a várias categorias gramaticais, exercendo as mais diversas funções sintáticas. Veja abaixo quais são essas funções e classificações.

- Advérbio
Intensifica adjetivos e advérbios, atuando sintaticamente como adjunto adverbial de intensidade. Tem valor aproximado ao das palavras quão e quanto.
Ex.1: Que longe está meu sonho!
Ex.2: Os braços... Oh! Os braços! Que bem-feitos!

- Substantivo
Como substantivo, tem o valor de qualquer coisa ou alguma coisa. Nesse caso, é modificado por um artigo, pronome adjetivo ou numeral, tornando-se monossílabo tônico (portanto, acentuado). Pode exercer qualquer função sintática substantiva.
Ex.1: Um tentador quê de mistério torna-a cativante.
Ex.2: “Meu bem querer tem um quê de pecado...” (Djavan) Também quando indicamos a décima sexta letra do nosso alfabeto usamos o substantivo quê.
Ex.: Mesmo tendo como símbolo kg, a palavra quilo deve ser escrita com quê.

- Preposição
Equivale à preposição de ou para, geralmente ligando uma locução verbal com os verbos auxiliares ter e haver. Na realidade, esse QUE é um pronome relativo que o uso consagrou como substituto da preposição de.
Ex.1: Tem que combinar? (=de)
Ex.2: Amanhã, teremos pouco que fazer em nosso escritório. (= para) Além disso, a partícula QUE atua como preposição quando possui sentido próximo ao de exceto ou salvo.
Ex.: Chegara sem outro aviso que seu silêncio inquietante.

- Interjeição
Como interjeição, a palavra QUE (exclamativo) também se torna tônica, devendo ser acentuada. Exprime um sentimento, uma emoção, um estado interior e, equivale a uma frase, não desempenhando função sintática em oração alguma.
Ex.1: Quê! Você por aqui!
Ex.2: Quê! Nunca você fará isso!

- Partícula expletiva ou de realce
Neste caso, a retirada da palavra QUE não prejudica a estrutura sintática da oração. Sua presença, nestes contextos, é um recurso expressivo, enfático.
Ex.1: Quase que ela desmaia!
Ex.2: Então qual que é a verdade? Obs: Pode aparecer acompanhado do verbo ser, formando a locução é que.
Ex.: Mas é que lá passava bonde.

- Pronome relativo
O pronome relativo refere-se a um termo (por isso mesmo chamado de antecedente), substantivo ou pronome, ao mesmo tempo que serve de conectivo subordinado entre orações. Geralmente, o pronome relativo introduz uma oração subordinada adjetiva, nela desempenhando uma função substantiva. Neste caso, pode ser substituído por qual, o qual, a qual, os quais, as quais.
Ex.1: João amava Teresa que amava Raimundo.
Ex.2: Às pessoas que eu detesto diga sempre que eu detesto.
Ex.: O que não mata, engorda. (O = Aquilo [demonstrativo] e que = o qual)


- Pronome indefinido adjetivo
Quando, funcionando com adjunto adnominal, acompanha um substantivo.
Ex.1: Que tempo estranho, ora faz frio, ora faz calor.
Ex.2: Que vista linda há aqui!

- Pronome interrogativo substantivo
Substitui, nas frases da língua, o elemento sobre o qual se deseja resposta, exercendo sempre uma das funções substantivas, significando que coisa.
Ex1: Que terá acontecido? (= que coisa)
Ex2: Que adiantaria a minha presença? (= que coisa)
Ex3. Em que você acredita? (= em que coisa)

NOTA: Quando pronome substantivo interrogativo, a palavra que exerce os mais variados valores sintáticos. No primeiro exemplo, a palavra que substitui aquilo que aconteceu. O termo sobre o qual se declara algo tem o valor de sujeito. É como se fosse algo mais ou menos assim: um acidente aconteceu – QUE equivaleria a “UM ACIDENTE”, então tem o valor de sujeito. No 2º caso (= MININHA PRESENÇA ADIANTARIA ALGUMA COISA) – QUE = ALGUMA COISA - então QUE substitui o complemento do verbo transitivo direto ADIANTAR ; sendo, pois, objeto direto. No 3º caso, a palavra QUE substitui o complemento do verbo transitivo indireto acreditar; sendo, pois, objeto indireto.
- Pronome interrogativo adjetivo
Acompanha os substantivos nas frases interrogativas, desempenhando função de adjunto adnominal.
Ex.1: Que livro você está lendo?
Ex.2: “Por aquela que foi tua, que orvalho em teus olhos tomba?” (Cecília Meireles)

Obs.: Caso semelhante (o qual não figura entre os tipos de pronomes registrados pela NGB) ocorre em frases exclamativas. Nesse caso, teríamos um pronome adjetivo exclamativo, sintaticamente atuando como adjunto adnominal.
Ex.1: Que poema acabamos de declamar!
Ex.2: Meu Deus! Que gelo, que frieza aquela!


- A conjunção QUE
O QUE pode ser conjunção coordenativa ou subordinativa.

- Conjunção coordenativa
Como conjunção coordenativa, a palavra QUE liga orações coordenadas, ou seja, orações sintaticamente equivalentes.
- Aditiva
Liga orações independentes, estabelecendo uma seqüência de fatos. Neste caso, o QUE não tem valor bastante próximo de conjunção e.
Ex.1: Anda que anda e nunca chega a lugar algum.
Ex.2: Fica lá o tempo com aquele chove que chove...!

- Explicativa
A oração coordenada explicativa aponta a razão de se ter feito a declaração contida em outra oração coordenada. Quando introduz esse tipo de oração, o QUE tem valor próximo ao da conjunção pois.
Ex.1: Mantenhamo-nos unidos, que a união faz a força.
Ex.2: Deixe, que os outros pegam.

- Adversativa
Indica oposição, ressalva, apresentando valor equivalente a mas.
Ex1: Outro, que não eu, teria de fazer aquilo.
Ex2: Outro aluno, que não eu, deveria falar-lhe, professor!

- Conjunção subordinativa
A conjunção QUE é subordinativa quando introduz orações subordinadas substantivas e adverbiais. Essas orações são subordinadas porque desempenham, respectivamente, funções substantivas e adverbiais em outras orações ( chamadas principais ).

- Integrante
O QUE é conjunção subordinativa integrante quando introduz oração subordinada substantiva.
Ex1: "E ao lerem os meus versos pensem que eu sou qualquer coisa natural." ( Alberto Caeiro)
Ex2: Parecia-me que as paredes tinham vulto.
Ex3: É importante que sejam avaliadas todas as possibilidades nesse caso.

- Causal
Introduz as orações adverbiais causais, possuindo valor próximo a porque.
Ex1: Fugimos todos, que a maré não estava pra peixe.
Ex2: Não esperaria mais, que elas podiam voar

- Final
Introduz orações subordinadas adverbiais finais, equivalendo a para que, a fim de que.
Ex.1: "...Dizei que eu saiba." ( João Cabral de Melo Neto)
Ex.2: Todos lhe fizeram sinal que se calasse.

- Consecutiva
Introduz as orações subordinadas adverbiais consecutivas.
Ex.1: A minha sensação de prazer foi tal que venceu a de espanto.
Ex.2: "Apertados no balanço Margarida e Serafim Se beijam com tanto ardor Que acabam ficando assim." ( Millôr Fernandes)

- Comparativa
Introduz orações subordinadas adverbiais comparativas.
Ex1: Eu sou maior que os vermes e todos os animais.
Ex2: As poltronas eram muito mais frágeis que o divã.

- Concessiva
Introduz orações subordinada adverbial concessiva, equivalente a embora.
Ex.1: Que nos tirem o direito ao voto, continuaremos lutando.
Ex.2: Estude, menino, um pouco que seja!

- Temporal
Introduz oração subordinada adverbial temporal, tendo valor aproximado ao de desde que.
Ex.1: "Porém já cinco sóis eram passados (desde) que dali nos partíramos." (Camões)
Ex.2: Agora que a lâmpada acendeu, podemos ver tudo.

- Partícula Expletiva.
Quando aparece na frase sem função alguma: "Certamente que estudaremos."

sexta-feira, 25 de março de 2011

Material das plêiades do professor Gilber Botelho



Dicas de Pontuação


DICAS SOBRE PONTUAÇÃO

O Emprego da Vírgula

Dentro da oração usa-se a vírgula para:

I – separar termos coordenados (ou seja, de mesma função sintática).
(01) Era uma pessoa destemida corajosa forte e otimista.
(02) Não apreciava música dança nem festas.
(03) Os descamisados pediam comida roupas sapatos ou dinheiro.
(04) O céu o mar a terra os corpos celestes manifestam a glória de Deus.

II – separar o predicativo (estado, atributo, característica – termo independente) quando junto ao nome a que se refere.
(05) Radiante imponente o sol surgiu nas colinas.
(06) A empresa pressionada pelas necessidades fechou as portas.
(07) O ministro ainda debilitado voltou a despachar no seu gabinete.
(08) O bom motorista nervoso socorreu o pedestre ferido.

III – separar o adjunto adverbial (circunstância) quando deslocado.
(09) Apesar de muito cansado prosseguirei até o fim.
(10) Os jornais na manhã de domingo anunciavam o escândalo.
(11) Os manifestantes por causa dos tiros recuaram sem resistência.
(12) As pessoas justificam quase sempre seus erros mais medonhos.
(13) Futuramente não precisaremos de automóveis.

IV – separar termos antepostos (quando repetidos pleonasticamente)
(14) Ao governo de São Paulo nada lhe devo.
(15) A caneta eu a perdi na sala de aula.
(16) A prova eu já resolvi em casa.

V – separar o vocativo (chama o nome: ó, ei, epa...) do resto da oração.
(17) Deus onde estás que não me ouves?
(18) Preserve a vida caro motorista.
(19) E agora José? O que vais amigo fazer?

VI – separar o aposto explicativo (termo posposto que se iguala ao nome) do nome a que se refere. Nota: o aposto restritivo não admite vírgula.
(20) O Presidente do Brasil Lula está viajando.
(21) O Governador do Distrito Federal Roriz voltou para Miami.
(22) O ex-presidente do Brasil Itamar Franco pensa em reeleição.
(23) O Senador Paulo Octávio cogita ser Governador do DF.

VII – separar a conjunção adversativa ou a conclusiva quando não encabeçam a oração, ou seja, deslocadas.
(24) Estudei a teoria; não resolvi porém os exercícios.
(25) Esse não é contudo o procedimento adequado.
(26) Serei dono de minhas emoções; o medo pois não me atingirá.

VIII – indicar a supressão de verbo (elipse).
(27) Sobre a mesa flores; no coração a esperança.
(28) A batalha é árdua; a vitória certa.

IX – separa termos ou expressões intercaladas que servem para resumir, explicar, exemplificar, excluir, incluir,
enfatizar.
(29) Portanto não temos saída ou seja temos de lutar.
(30) Pois sim pode entrar aliás fique esperando aí fora.
(31) Em suma não haverá então mais problemas com a turma.

XI - separa o local e data nos cabeçalhos; número e data nos documentos; rua e número nos endereços.
(32) Brasília 10 de novembro de 2050.
(33) Decreto nº 41.771 de 20 de maio de 1967.
(34) Rua Salomão Barros nº 86 Grajaú – MA.

A vírgula separa as orações:
XII – coordenadas (independentes sintaticamente) sindéticas (com conjunção) ou assindéticas (sem conjunção).
(35) Vim vi venci.
(36) Lia romances escrevia poemas e revisava textos.
(37) O sinal fechou porém os carros não pararam.

Nota: usa-se a vírgula antes do “e”:

a) Para separar orações coordenadas com sujeitos diferentes (facultativo se não houver prejuízo semântico).
(38) Mantenha as caixas d’água fechadas e o mosquito nelas não entrará.
(39) A insônia não acabava e a noite a encompridou mais ainda.

b) e = mas
(40) Haverá dificuldades e eu não vou desistir.
(41) A noite já chegou e meu amor ainda não voltou.

c) Para enfatizar a última oração coordenada de um período.
(42) Chegou tomou banho deitou-se no sofá e cochilou.
(43) Fui ao tribunal neguei tudo e negarei outra vez se for preciso.

d) No polissíndeto (facultativo)
(44) Amou e sofreu e chorou e morreu por todos nós.
(45) Trabalhe ou estude ou arrume o que fazer senão será expulso daqui.

XIII – subordinadas adverbiais (reduzidas ou desenvolvidas) antepostas à principal ou intercaladas.
(46) Quanto mais se agitava o tubarão ficava mais preso à rede.
(47) Ele assaltava quando todos dormiam a geladeira da cozinha.
(48) Os peritos disseram que a bomba explodira quando lhes fora perguntado.
(49) As reservas de alimento do orfanato são insuficientes embora haja muitas doações.

XIV – adjetivas explicativas.
(50) O leite materno que contém cálcio é indispensável alimento para o bebê.
(51) Meu pai que mora no exterior virá me visitar no natal.

XV - intercaladas ou interferentes.
(52) Nós para garantirmos nossos direitos recorremos à justiça.
(53) A noiva nunca vi nada igual estava radiante no altar.

OS DOIS-PONTOS
Usam-se os dois-pontos (pausa de frase inconclusa) para:
I – Anunciar fala, citação, enumeração, explicação ou exemplos.
(54) Conforme disse Emerson “Ame e será amado”.
(55) São monossílabos tônicos pá pé pó.
(56) Não o critique ele é iniciante não sabe dirigir com agilidade.

II – introduzir oração explicativa com conjunção subentendida ou oração apositiva.
(57) Não adianta gritar ele está morto.
(58) Recebi a esperada notícia que fui aprovado no concurso.
(59) Estude você só tem a ganhar.

O PONTO-E-VÍRGULA

Usa-se ponto e vírgula para:

I – separar itens de uma enumeração em lista.
(60) A vírgula separa:
a) o vocativo
b) o aposto explicativo
c) o predicativo junto ao núcleo.

II – separar orações que possuem conjunção deslocada.
(61) O dinheiro acabou não faltou porém comida na casa de Juca.

III – separar partes principais de um período quando as principais já foram separadas por vírgulas.
(62) Durante o semestre, uns desistiram outros, infelizmente, trancaram o curso os persistentes, apesar de tudo, foram aprovados.

IV – separar orações coordenadas adversativas com a conjunção subentendida.
(63) Construir um patrimônio leva anos destruí-lo é rápido.
(64) O tolo aprende com os próprios erros o sábio com o erro dos outros.
(65) O filho pródigo é a alegria do pai o filho insensato é a tristeza da mãe.


quinta-feira, 24 de março de 2011

Aula de Texto - Professor Gilber - Gabarito


Divulgação de Plêiade de Gramática do Professor Gilber Botelho

GRANCURSOS - SIG - GRAMÁTICA PROF. GILBER BOTELHO - PLÊIADE (SIG) 26/3/2011 - TURMA CONFIRMADA - AOS SÁBADOS À TARDE. GARANTA A SUA VAGA.


Siga-me no twitter @gilber_botelho e participe da Promoção: “Quero estudar com o professor @gilber_botelho e ganhar 50% em sua Plêiade de Gramáticahttp://kingo.to/wmt ” - Dê RT p/ Concorrer – (Sorteio dia 25/03)